Conheça os 6 perfis que marcam a relação do brasileiro com o dinheiro

Falar de dinheiro ainda é um tema complexo e pouco debatido no Brasil, principalmente no ambiente familiar, podendo inclusive ser uma fonte de conflitos. Além disso, temos um paradoxo: se, por um lado, o consumo é uma forma de pertencimento na nossa sociedade, por outro, o medo de não ter recursos no fim do mês é uma constante em muitos lares.

Para entender um pouco mais sobre a relação do brasileiro com o dinheiro de maneira abrangente e em todos seus impactos na vida das pessoas - ganhar, gastar e investir - trouxemos alguns insights de uma pesquisa feita pelo Google, em parceria com a Liga Pesquisa e a Provokers

Existem alguns fatores que contribuem para a dificuldade do brasileiro para lidar com dinheiro. Um deles é a desigualdade social, que interfere na perspectiva de mobilidade social e faz com que, quando se tem um dinheiro extra, se tenha preferência por consumir a poupar. Outro ponto é a associação direta do trabalho como única fonte de riqueza, ou seja, há uma crença limitante de que “o dinheiro não pode vir de outros lugares”, como investimentos, por exemplo. Por fim, há uma deficiência no que se refere à educação financeira e um grande medo de perder dinheiro, o que limita muitas discussões sobre o tema.

Trazendo alguns resultados da pesquisa, foram identificados 6 principais segmentos no Brasil em relação ao dinheiro:

Vamos entender um pouco mais sobre cada um destes perfis?

Batalhadores: gastar é tristeza; poupar é empoderamento; investir é alegria

Para este segmento, dinheiro é apenas uma forma de sobrevivência, para pagar contas, e não tem a ver com felicidade.

Investimento, para esse segmento, não é uma forma de ganhar dinheiro. O único jeito é fazendo o que sempre fez, trabalhando e dando duro. Porém, acreditam que o cenário externo influencia muito sua possibilidade de sucesso.

Quando querem ganhar dinheiro, preferem iniciar um negócio, ao invés de investir ou poupar.

Enxergam o banco como um viabilizador dos seus planos e são os mais resistentes a fazer compras online.

Endividados: gastar é tristeza; poupar é confiança e autoestima; investir é medo e ansiedade

Este segmento fica confuso quando o assunto é finanças ou economia. Luta contra as contas e sofre com a organização do dinheiro; precisa de ajuda para controlar os gastos e, por isso, tem medo constante de perder tudo o que tem.

Não consegue poupar, os gastos consomem tudo. Usa o cartão de crédito para esticar o orçamento para então conseguir pagar as contas.

Sentem que dificilmente vão conseguir enriquecer ou ter dinheiro suficiente.

Planejadores: gastar é calmo e tranquilo; poupar é empoderamento; investir é entusiasmo e confiança.

Este segmento tem o hábito de poupar mensalmente. Está sempre em busca de conhecimento; conteúdos e cursos de educação financeira despertam interesse e ensinam como cuidar melhor das economias. Como possui investimentos diversificados, ficam empolgados de acompanhar o que acontece com seu dinheiro/investimento.

Além disso, é muito conectado e realiza majoritariamente suas compras online, mesmo as do dia a dia.

É o segmento que mais consegue vislumbrar caminhos para enriquecer e atingir seus sonhos.

Poupadores: gastar é nervosismo; poupar é entusiasmo; investir é empoderamento

Este segmento é muito semelhante aos planejadores: poupar mensalmente é muito importante e por isso sempre guarda um pouco do que ganha, e está sempre em busca de conhecimento em conteúdos de educação financeira.

As principais diferenças estão no "apetite a risco", já que poupadores são focados principalmente na poupança, na maior caça a descontos em compras e busca por pechinchar, além de confiar um pouco mais nos bancos como facilitadores de seu sucesso.

Por fim, é o público que mais utiliza o ambiente digital para compras online e comparar preços e ofertas.

Materialistas: gastar é alegria; poupar é curioso; investir é empoderamento

Este segmento vive o presente, sem se preocupar com o futuro. Prefere gastar com aquilo que quer antes que o dinheiro acabe.  

Para ele, dinheiro traz felicidade e é o caminho mais rápido para conquistar poder e status.

Não se importa de pagar um pouco mais caro para ter aquilo que deseja ou algo melhor e acredita que só os serviços particulares de saúde e educação funcionam, porque o que é bom é caro.

É o público mais desconfiado com bancos, pois acredita que eles só querem pegar seu dinheiro.

Céticos: gastar é tristeza; poupar é tristeza; investir é medo e ansiedade

Este segmento está desacreditado, pois acha que nunca conseguirá enriquecer ou ter dinheiro suficiente.

Desacreditado também das pessoas, pois acha o mundo muito competitivo e acredita que não tem espaço para ele.

Para ele, falar do dinheiro que tem não é assunto para diálogo e inclusive evitam conversar sobre esse assunto dentro de casa para evitar brigas. Este afastamento também vale para conteúdos de educação financeira.

Não enxerga no empreendedorismo uma saída para seus problemas financeiros.

E aí, com qual perfil você mais se identificou?

Quer ter acesso a pesquisa completa? Clique aqui.

 

Fonte: Pesquisa a "Relação do brasileiro com o dinheiro", Provokers, setembro de 2021.

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